Simepar e Defesa Civil lançam serviço de alerta para banhistas 20/12/2016 - 15:40
"Na iminência de uma tempestade com raios ou ressaca, os banhistas serão orientados a se retirarem das áreas abertas e dos locais com estruturas pontiagudas – como um guarda-sol - e orientados a buscarem proteção no interior de imóveis e veículos", explica o bombeiro. Os banhistas também poderão acessar o aplicativo, que já está disponível para o sistema Android e em fase de finalização para iOS.
Para emitir os alertas, os meteorologistas do Simepar farão uso do Sipper – Sistema de Previsão Probabilística de Eventos de Raios, capaz de prever com uma hora de antecedência o comportamento de uma tempestade de raios rastreando-a por até três horas. Também serão utilizadas estações meteorológicas de superfície, radares e satélites. Para tanto, o Litoral estará dividido em três áreas de monitoramento: sul, norte e Ponta da Pita.
SALVAR VIDAS - "Essas modernas tecnologias estarão à disposição da Defesa Civil e da comunidade para poupar vidas", afirma o diretor presidente do Simepar, Eduardo Alvim Leite, que chama atenção para as estatísticas de mortes causadas por raios no Brasil e no Paraná.
Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) indicam que 1.790 pessoas morreram vítimas de raios no Brasil nos últimos 15 anos – uma média de 120 mortes anuais. No Paraná, ocorreram 90 mortes no mesmo período – uma média de seis por ano.
O Paraná registra média anual de incidência de cinco descargas nuvem-solo por quilômetro quadrado, o que corresponde a cerca de um raio por quilômetro quadrado por mês durante o verão. Segundo Alvim Leite, em média 43% das descargas ocorrem no verão e a metade delas em locais a descoberto, o que torna a praia local de alta periculosidade sob tempestade com raios, considerando a grande afluência de pessoas ao Litoral com atividades ao ar livre nesta estação.
Verão paranaense será típico, prevê Simepar
O verão começa às 8h44 desta quarta-feira, 21 de dezembro, e termina às 7h29 do dia 20 de março de 2017. O início da estação será influenciado pelo fenômeno La Niña de fraca intensidade, que resfria a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) e deve perder força paulatinamente até março.
"As análises preliminares indicam que o verão paranaense terá comportamento típico, com calor elevado e massas de ar instáveis causando chuvas curtas e fortes, com muitos raios e rajadas de ventos, geralmente no período da tarde", informa o meteorologista do Simepar, Cezar Duquia.
Não há previsão de seca. Eventuais oscilações nos índices de temperatura e chuvas não serão significativas, pois de modo geral os valores deverão permanecer dentro das médias históricas para cada região do Estado. As temperaturas mais altas ocorrem na Região Noroeste e as mais baixas são registradas na Região Sul.
Segundo Duquia, os sistemas frontais - frentes frias ou quentes - que se deslocam pelo Sul e Sudeste do Brasil abastecem a atmosfera de umidade, favorecendo a ocorrência de chuvas. No entanto, esses sistemas meteorológicos não são os únicos provedores das chuvas para as diferentes regiões paranaenses, pois há também os aglomerados de nuvens que, dependendo de suas dimensões e organização, podem causar chuvas rápidas e intensas.
"As nuvens podem se formar a partir da influência local de fatores como relevo, aquecimento e ventos locais, bem como fazer parte de uma instabilidade atmosférica organizada em escala mais abrangente, que pode se estender além dos limites do estado", explica o meteorologista.
A tendência climática para este verão está baseada na análise conjunta das condições oceânicas e atmosféricas e dos modelos de previsão climática sazonal. Considera, ainda, a previsão consensual lançada pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
CARACTERÍSTICAS – A expressão verão tem origem no latim vulgar veranum, que se refere a veranuns tempus. Caracteriza-se por temperaturas mais elevadas e dias mais longos na porção da Terra que fica mais próxima ao sol. É comum a ocorrência de chuvas de curta duração e forte intensidade devido à evaporação das águas provocada pelo calor. Na região Sul do Brasil, as chuvas costumam variar entre 300mm e 500mm.