Proibida venda e consumo de ostras e mariscos produzidos no Paraná 30/06/2016 - 11:00
O motivo é a confirmação da ocorrência do fenômeno “maré vermelha” nas baías de Paranaguá e Guaratuba, o que aumenta o risco de contaminação generalizada desses frutos do mar. A decisão foi tomada pelas equipes da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) e da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), após laudo laboratorial que confirmou a presença de microalgas e toxinas nocivas à saúde humana em amostras de água e ostras.
“Trata-se de uma medida cautelar para evitar maiores problemas de saúde pública. Até o momento, não temos registro de casos de intoxicação alimentar relacionado a este fato, mas estamos acompanhando de perto para avaliar qualquer tipo de notificação”, afirmou a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira.
MARÉ VERMELHA – A maré vermelha se caracteriza pela concentração de algas que liberam toxinas no meio aquático. Essas substâncias são prejudiciais à saúde, podendo causar episódios de diarreia, vômito e dor abdominal. A intoxicação se dá através do consumo de animais marinhos contaminados, em especial os moluscos bivalves, considerados filtradores do mar.
O chefe do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana, explica que a partir desta quarta-feira o Estado vai promover ações educativas para informar o comércio e a população sobre a medida, sobretudo no Litoral do Estado.
“Nossas equipes irão a restaurantes, mercados, peixarias, feiras-livres e demais estabelecimentos para explicar sobre a proibição. Além disso, as ostras e demais moluscos interditados serão retirados do comércio e inutilizados”, informou Santana.
A orientação é que o consumidor fique atento e busque informações sobre a procedência dos frutos do mar que pretende adquirir. “É importante saber de onde veio cada produto, pois a proibição só vale para ostras e demais molucos bivalves oriundos do nosso Litoral”, afirmou.
Historicamente, o fenômeno da maré vermelha também atinge o litoral catarinense. Interdição semelhante foi adotada pelas autoridades sanitárias do Estado de Santa Catarina no dia 26 de maio. Contudo, os níveis de presença de microalgas e toxinas já baixaram a limites aceitáveis, o que permitiu a liberação do comércio em diversas regiões.
No Paraná, a liberação também ocorrerá assim que a situação seja considerada normal, sem riscos à saúde da população. “Vamos coletar mais amostras para verificar a qualidade da água e moluscos em várias áreas do nosso Litoral. A expectativa é que essas algas desapareçam e em breve poderemos autorizar a retomada da produção e comércio”, ressaltou o coordenador do Programa de Vigilância e Prevenção de Doenças em Animais Aquáticos da Adapar, Cláudio César Sobezak.
O estudo técnico que embasou a proibição foi desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Adapar) em parceria com o Centro Estadual de Vigilância Sanitária. O trabalho também contou com a participação de representantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).
Fonte: Agência Estadual de Notícias