PREVISÃO DE QUEDA NA UMIDADE RELATIVA DO AR PARA OS PRÓXIMOS DIAS 28/08/2009 - 09:50

A umidade relativa do ar pode cair nos próximos dias. A informação foi repassada quinta-feira, pelo meteorologista Samuel Braun, do SIMEPAR, durante os levantamentos matinais do plantão da Defesa Civil. Segundo ele, existe a tendência para que os índices sofram queda a partir desta quinta-feira, considerando que não existe previsão de chuva para os próximos dias, inclusive o final de semana promete ser de bastante sol e temperaturas agradáveis.
A umidade relativa do ar é a quantidade de vapor de água presente no ar, normalmente em torno de 60 por cento, podendo aumentar sempre que o tempo fica mais úmido. Esse vapor mantém nossa pele e mucosas livres de problemas como o ressecamento, que causa, dentre outras consequências, sensação de irritação no na região interna do nariz e olhos.
Dentro de um enfoque preventivo, doutrinariamente recomendado para que se reduzam os riscos e consequentemente os desastres, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil preparou dicas para o enfrentamento desse momento - característico do inverno paranaense.

Riscos de Incêndio em Vegetação

Dentre os fatores que contribuem para o aumento dos casos de incêndios em vegetação, a umidade relativa do ar atua de forma relevante. Graças a esse comportamento climático o tempo fica seco, intensificando a vulnerabilidade da cobertura vegetal já castigada pelo frio e seca, principalmente após a ocorrência de geada. Em que pese o mês de julho ter registrado grande quantidade de chuvas de forma atípica, basta um pequeno período de estiagem combinado com queda da umidade relativa do ar para que os chamados se multipliquem nas centrais de operações do Corpo de Bombeiros.
Importante lembrar que apesar da umidade relativa interferir, combinada com outros fatores, para o aumento das condições propícias para a ocorrência de incêndios em vegetação, a maioria dos casos se inicia a partir da interferência humana. Alguém, por algum motivo, resolve atear fogo e, a partir daquele momento, começa a destruição ambiental, a poluição do ar, o risco de se atingir edificações próximas, redes elétricas, a destruição da mata ciliar, a formação da cortina de fumaça que, nas rodovias, dificulta a visibilidade que gera acidentes, a fumaça que agrava os quadros de saúde, especialmente de crianças e idosos, entre outras consequências que poderiam ser escritas para chamar a atenção quanto aos seus malefícios. Fica a pergunta: com todos esses aspectos negativos, qual o benefício dessa prática? Após essa reflexão não resta, dentro de uma análise racional e sensata, a adesão às campanhas preventivas como a Mata Viva, coordenada pela Defesa Civil estadual que trabalha a conscientização das pessoas por meio da distribuição de materiais como folderes, cartazes, outdoor e materiais de áudio e vídeo.
Cada um de nós precisa fazer a sua parte não ateando fogo na vegetação e ainda orientando para que outras pessoas não o façam. Caso algum incêndio seja visualizado, o Corpo de Bombeiros pode ser acionado pelo telefone de emergência 193. Cidades que possuem Bombeiro Comunitário podem acionar também pelo telefone 199. Denúncias de soltura de balões, colocação de fogo em vegetação e outras formas de destruir a natureza pode ser feitas ao telefone da Força Verde, gratuitamente pelo telefone 0800-643-0304.

A umidade relativa do ar e a saúde

Quando diminui a quantidade de vapor de água no ar que respiramos, imediatamente, cai a umidificação das nossas mucosas. Aquela irritação na região interna das narinas que pode provocar sangramento nasal, os lábios que ressecam e podem partir, os olhos que ficam irritados e mais secos, além do mal estar nos horários mais quentes, caracterizam as consequências da queda da umidade relativa do ar para as pessoas.
Existe uma recomendação da Organização Mundial de Saúde que define parâmetros para a realização de alertas quanto a necessidade de mudança de hábitos voltados à preservação da saúde humana em relação ao enfrentamento de períodos de baixa umidade relativa do ar.
Quando os índices ficam entre 30% e 20%, entramos no chamado Estado de Atenção, no qual a prática de atividades físicas deixa de ser recomendada no período das 12 às 15 horas (caminhadas, corridas, entre outras atividades que expõem as pessoas ao sol e calor); entre 20% e 12% ingressamos no chamado Estado de Alerta, no qual se recomenda que as pessoas evitem as atividades físicas no período das 11 às 16 horas. Abaixo de 12% chega-se ao denominado Estado de Emergência. Nesse período todas as atividades físicas devem ser suspensas, inclusive nas escolas, clubes, academias. Tanto no Estado de Atenção, quanto nos Estados de Alerta e Emergência a recomendação é para que se beba bastante líquido e, nos ambientes onde houver pessoas sugere-se a utilização de nebulizadores ou de ações mais simples como a estender uma toalha molhada, deixar algum recipiente com água no ambiente, sempre de forma a compensar, com a evaporação natural que ocorre, essa deficiência do período de baixa umidade.
Não se pode esquecer que qualquer sintoma percebido, mesmo que seja o mal estar, é recomendável procurar o serviço médico.

Essas informações objetivam a preparação para a possibilidade de enfretamento de um período de baixa umidade que pode não ocorrer, por se tratar de uma previsão, mas, todavia, conhecer essas recomendações e aplicá-las quando da ocorrência de um período com essas características se constituem ações válidas para a população e, especialmente, aos integrantes do nosso Sistema Estadual de Defesa Civil.
Caso queira contribuir quanto a este tema, utiliza nosso Fale Conosco.

Elaboração e postagem:

1º Tenente QOBM Eduardo Gomes Pinheiro
Chefe da Seção Operacional
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná