Livro traz dados inéditos sobre desastres naturais no Paraná. 03/05/2017 - 17:31

Dados inéditos sobre o real impacto do evento denominado “Águas de Março” – que afetou os municípios de Paranaguá, Guaratuba, Morretes e Antonina em 2011 – estão disponíveis no livro “Construindo um estado resiliente: o modelo paranaense para gestão de riscos e desastres”. A publicação traz um capítulo dedicado aos prejuízos sofridos pelo Estado em função do incidente.

O material, inédito no país, foi organizado pelo Capitão e Diretor do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (CEPED/PR), Eduardo Gomes Pinheiro, em conjunto com o especialista em Gestão de Riscos de Desastres do Banco Mundial, Frederico Pedroso, numa parceria entre as instituições com o apoio da Casa Militar, Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e da sua fundação de apoio, Funespar. O livro foi escrito por representantes de várias instituições envolvidas com a gestão de risco de desastres.

A obra ainda fala sobre as medidas adotadas pelo Paraná, consideradas referência na área de Gestão de Riscos de Desastres no Brasil, a partir do aprendizado imposto pelo desastre. Também são elencadas as medidas adotadas após o desenvolvimento do projeto denominado Fortalecimento para a Gestão de Riscos de Desastres, feito em parceria com o Banco Mundial.

PREJUÍZOS - Segundo a metodologia DaLA (Damage and Loss Assessment), o prejuízo gerado ao Estado em diversas âmbitos setoriais foi 135% mais alto que o constatado após o evento. Em 2011 acreditava-se que o desastre havia gerado R$ 89 milhões em perdas e danos; com a metodologia DaLA, feita em 2016, apontou-se que o real valor foi de R$ 210 milhões.

Além de apontar a pesquisa sobre os danos multissetoriais nas esferas social, econômica, meio ambiente e turismo, o estudo também mensura o impacto do evento ao setor público e privado. Neste último, verificou-se que o prejuízo foi de R$ 131 milhões, correspondendo a 62% do total. Em contrapartida, os danos ao setor público foram de R$ 79 milhões.

O modelo paranaense para a gestão de risco de desastres serve como um referencial de resiliência para que outros estados e cidades, que se interessarem pelo projeto de reestruturação do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil para a contenção e minimização de riscos, possam se espelhar.

DESASTRE – Em 2011, o litoral paranaense foi atingido por um desastre natural que causou diversos danos e perdas à população. As chuvas intensas comprometeram gravemente a infraestrutura local: destruição de pontes e redes de abastecimento de energia, água e esgoto. Tal situação culminou em um isolamento total da região do restante do Estado. Uma força tarefa foi instituída para recuperar e minimizar os estragos causados pelo desastre.

O evento evidenciou a fragilidade de vários aspectos que necessitavam de aperfeiçoamento e a partir de então foi-se desenhando um projeto de reestruturação do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil (SEPDEC), que garantisse uma maior resiliência das cidades paranaenses.
Fonte: http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=93687

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