Desastre Águas de Março, ocorrido no litoral do Estado, completa 8 anos com treinamento da comunidade 11/03/2019 - 09:40

No dia 11 de março de 2011, um dos maiores desastres do Estado atingiu o nosso litoral, causando estragos extensos, destruindo casas, desabrigando pessoas e causando mortes. hoje, 8 anos após o desastre, a Defesa Civil do Estado desenvolveu várias ferramentas e protocolos que visam evitar que catástrofes como essa aconteçam novamente. Uma das ações é o treinamento das comunidades das áreas de atenção do litoral, que acontece no próximo sábado (16).


Este é o terceiro simulado do tipo que acontece no litoral do estado e será realizado na comunidade do Rio Sagrado, uma das mais afetadas no desastre de 2011. A comunidade também é uma das que possui maior extensão e população, ensejando muita organização e aproximação com a comunidade para que ela esteja preparada para situações adversas, já que, com a grande extensão, os riscos podem variar de um lugar para o outro. Por esse motivo, a área foi dividida em porções menores, o que também permite que a atenção e o suporte à população no simulado seja maior.



Neste sábado, dia 9, a Defesa Civil do Estado esteve em reunião com a Defesa Civil de Morretes e a comunidade do Rio Sagrado para acertar os pormenores do exercício simulado de abandono da área. O Capitão Romero, Chefe da Seção Operacional da Defesa Civil e responsável pela organização do simulado, reconhece a importância do desenvolvimento da atividade nessa área específica. Ele afirma que “ o simulado representa o processo de evolução das atividades desenvolvidas pela Defesa Civil, especialmente na região do litoral. É uma evolução nos protocolos e ferramentas que a Defesa Civil utiliza para evitar que perdas ocasionadas por desastres aconteçam” Ele também reforça que “o simulado também é uma atividade importante para que os protocolos e ações desenvolvidas na área pela Defesa Civil sejam apresentados à comunidade e testados na prática, permitindo as adaptações necessárias para que sejam cada vez mais efetivos”.



SIMULADO - Este é o segundo treinamento que ocorre na comunidade do Rio Sagrado. O primeiro simulado foi realizado no dia 15 de dezembro, em outra porção da comunidade.

O primeiro exercício de treinamento com a comunidade foi realizado em agosto de 2017, na comunidade de Floresta, a mais afetada pelo desastre em 2011. A coordenação do exercício foi feita pela 8ª Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil - Paranaguá, responsável pelos municípios do litoral do estado, com acompanhamento da Coordenadoria Estadual. Para que o simulado acontecesse, foi necessária a integração entre os municípios de Paranaguá e Morretes, que dividem a área territorial da comunidade de Floresta.

O simulado é o resultado de um processo de trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2011, internalizando muitas das lições aprendidas após o desastre. A catástrofe de 2011 motivou ainda mais a produção do conhecimento sobre os processos perigosos que se desenvolvem na área e revelou a necessidade de investir esforços na preparação das comunidades e na capacitação dos agentes locais de proteção e defesa civil para enfrentamento desses eventos e convívio com o risco. Veja algumas das ações desenvolvidas pela Defesa Civil Estadual desde então:




PLANO DE CONTINGÊNCIA ONLINE  – Uma grande dificuldade que os municípios paranaenses tinham na área de defesa civil era a confecção do próprio plano de contingência. Para facilitar a execução dessa tarefa, a Defesa Civil Estadual desenvolveu uma ferramenta dentro do SISDC - o Sistema Informatizado de Defesa Civil que já era utilizado pelos municípios para o cadastro de ocorrências - para a confecção do Plano de Contingência Online.

Conhecendo a dificuldade e pouca experiência de muitos dos coordenadores com esse tipo de planejamento, foram criados formulários intuitivos e de fácil preenchimento para que as áreas com propensão a inundações, deslizamentos e alagamentos fossem cadastradas. Além das áreas de atenção, o município também pode incluir os locais que podem ser utilizados como abrigo, os recursos que podem ser utilizados para o atendimento ao desastre e identificar pessoas chaves para atuar no atendimento a desastres.


SISDC Mobile - Para facilitar a confecção do Plano de Contingência Online, foi criado um aplicativo chamado SISDC Mobile, próprio para os coordenadores municipais de proteção e defesa civil. Ele permite que os coordenadores façam o mapeamento das áreas e residências afetáveis no próprio local, facilitando o preenchimento das informações necessárias.


PROTOCOLOS DE ALERTA - A Defesa Civil do Estado tem investido em estrutura e conhecimento para desenvolver protocolos e metodologias melhores para a emissão de alertas. Os alertas possuem diversos níveis, como aquele envolvendo a estrutura de Defesa Civil que integra Estado e Município, e aquele envolvendo a comunidade. Esses protocolos são desenvolvidos a partir da integração com os órgãos de meteorologia, como o Simepar, que informam a Defesa Civil sobre condições meteorológicas adversas.


CEGERD - o Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres foi implementado em 2016, com recursos do Banco Mundial, permitindo um melhor gerenciamento de desastres. o Centro  conta com estrutura em funcionamento 24 horas por dia para permitir o acompanhamento de ocorrências de desastres e de condições meteorológicas que possam causar estragos.


ENVIO DE SMS - O Estado do Paraná foi um dos primeiros a aderir ao sistema de alerta com SMS, iniciando com o projeto piloto em 2017. Esta é uma ferramenta que tem se mostrado muito útil para levar informações à população em áreas que podem ser afetadas por desastres. O serviço é totalmente gratuito, bastando enviar um SMS com o CEP para o número 40199. Os alertas para a população também podem ser visualizados pelo aplicativo Bombeiros Paraná, que replica os alertas enviados.


RELEMBRE O DESASTRE – Em março de 2011, foram registradas mais de 2.500 ocorrências relacionadas a movimentos gravitacionais de massa, erosão acelerada e assoreamento de drenagens, além de inundações generalizadas. Na ocasião, comunidades ficaram isoladas, pontes desabaram, casas precisaram ser abandonadas às pressas e vieram abaixo, as ruas foram invadidas pela água e entulhos, blocos de rocha e solo foram carregados pela correnteza causando quilômetros de estragos. As cidades de Guaraqueçaba, Antonina, Paranaguá e Morretes foram as mais atingidas no evento, contabilizando a morte de quatro pessoas, mil desalojados e dezoito mil pessoas afetadas.

Na ocasião, os dados coletados dos pluviômetros do Sistema Meteorológico do Paraná - Simepar e da concessionária da BR-277, Ecovia, registram um acúmulo de 234,8mm em 48h, com pico de intensidade de 40mm no acumulado horário.


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