Defesa Civil distribui 3,1 toneladas de alimentos para quilombolas 22/05/2009 - 13:20

A Defesa Civil entregou cestas básicas para 100 famílias de oito comunidades quilombolas da região de Adrianópolis, no Vale do Ribeira. Na quinta-feira, foram entregues arroz, trigo e feijão para moradores de João Surá, Praia do Peixe, Porto Velho, Sete Barras e Córrego das Moças.

Foto: St. Izaquiel


Serão entregues 3,1 toneladas de alimentos, doados pela Companhia Nacional de Abastecimento Conab, em caráter emergencial. “A estiagem no Estado vem se agravando e, sem a doação, possivelmente, as famílias passariam por necessidades. É um trabalho importante da Defesa Civil do Paraná”, afirma o chefe da divisão da Defesa Civil, major Osni José Bortolini.

Esta é a quarta entrega de alimentos feita pelo Governo do Estado. A primeira foi no fim de abril na comunidade Palmital dos Pretos, em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba. A segunda, já em maio, nas comunidades de São João, Córrego de Franco, Estreitinho e Três Canais, todas em Adrianópolis, e a terceira, em Doutor Ulisses, na quarta-feira (20), na comunidade de Varzeão. Nesta sexta-feira (22), a entrega foi na comunidade Paiol de Telha, em Guarapuava.

O governador Roberto Requião determinou ações para reduzir a desnutrição infantil em comunidades quilombolas e em aldeias indígenas. Essas doações contam com a parceria do 5.° Batalhão de Suprimento do Exército e do Grupo de Trabalho Clóvis Moura, vinculado à Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos.

NÚCLEOS – Adrianópolis é um dos principais núcleos de remanescentes de quilombos. A maior parte dessas famílias vive da agricultura de subsistência e em condições precárias. Marlene de Lima Pacheco, de Sete Barras, mora com o marido e quatro filhos em uma casa feita de varas entrelaçadas e coberta de barro. “A gente trabalha para poder comer e nem sempre dá para alimentar toda a família. O que trouxeram hoje vai ajudar muito.”

O líder da comunidade de Sete Barras, Celso Raap de Cristo, conta que ali vivem 18 famílias e todos trabalham na lavoura. “Em períodos de seca, nós plantamos e o fruto não nasce. Nessas épocas, temos que dividir a comida que temos e muitos passam fome.”

Foto: St. Izaquiel


AUTONOMIA – O professor Jorge Ferreira de Souza, do Grupo Clóvis Moura, que acompanhou a entrega dos alimentos, reconhece que os moradores do quilombola não tiram tudo o que precisam da lavoura. “Com a ação de hoje, pretendemos, além de complementar a alimentação, fazer com que as comunidades possam se organizar, planejar melhor sua produção e ter mais autonomia”, explica.

O Grupo Clóvis Moura, desde 2005, trabalha em prol do descobrimento de comunidades quilombolas. “Por meio do reconhecimento destas comunidades, ignoradas até 2005, o Paraná resgata um capítulo singular de sua história”, avalia. Hoje, são 56 comunidades reconhecidas no Paraná.

AEN - Agência Estadual de Notícias