Cemaden e IBGE lançam base de dados sobre população exposta em áreas de risco de desastres 29/06/2018 - 14:45
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão – lançaram nesta quinta-feira (28), no Rio de Janeiro, uma base de dados referente à estimativa da população exposta em áreas de risco de deslizamentos, inundações e enxurradas, a qual inclui informações detalhadas sobre a caracterização de moradores e de residências. Nos 872 municípios avaliados, foram estimadas que 8.270.127 pessoas e 2.471.349 domicílios estavam expostos aos riscos de desastres de origem hidrometeorológica em 2010.
A região Sudeste concentrou o maior contingente populacional em áreas de risco, com um total de 4.266.301 moradores expostos e o maior número de municípios avaliados (308). Em segundo lugar, a região Nordeste concentrou 2.952.628 moradores expostos em áreas de risco em 294 municípios. Na região Sul, em 144 municípios foi estimado 703.368 moradores, enquanto nas regiões Norte e Centro-Oeste, em 107 e 19 municípios, 340.204 e 7.626 moradores, respectivamente, estavam expostos ao risco de desastres.
A distribuição da população por faixa etária evidenciou que 17,8% dos moradores expostos em áreas de risco eram crianças de até 5 anos e idosos. A metodologia também permitiu identificar que 26,1% dos moradores expostos viviam em domicílios com esgotamento sanitário inadequado.
“O levantamento da população em áreas de risco foi feita a partir de um arranjo interinstitucional, isto é, a partir da associação, de forma inédita, de informações do Censo Demográfico 2010 do IBGE às áreas de riscos monitoradas pelo Cemaden”, destacou Regina Alvalá, coordenadora do Acordo de Cooperação Técnica entre a parceria Cemaden e IBGE.
Desde dezembro de 2011, o Cemaden monitora e emite, quando necessário, alertas de risco de desastres para municípios com riscos de deslizamentos e/ou inundações, usando tecnologias de monitoramento e previsões hidro-meteorológicas e geodinâmicas. Paralelo ao esforço de monitoramento das condições ambientais, tornou-se premente conhecer a população moradora em áreas de risco, a fim de aprimorar os alertas. Entretanto, os dados disponíveis à época não permitiam a análise direta das condições de exposição da população em nível de detalhe.
Nesse contexto, uma metodologia inovadora foi desenvolvida, permitindo a produção de dados inéditos a partir da associação de dados geográficos de escala intraurbana do Censo demográfico de 2010, principalmente provenientes de faces de quadra, associados às áreas de risco. A metodologia foi desenvolvida para ser empregada com os dados do Censo 2020, permitindo estimativas periódicas da população em áreas de riscos.
Considerando-se que não era possível a associação direta e automática de dados censitários com as áreas de riscos (devido à incompatibilidade de geometrias), criou-se um novo recorte territorial, denominado Base Territorial Estatística de Áreas de Risco (BATER), capaz de agrupar informações das características dos moradores e moradias nas áreas de risco mapeadas no país. Com isso, puderam ser estimadas informações básicas sobre número de moradores e moradias em áreas de risco, incluindo moradores por gênero, faixa etária, rendimento, responsável do domicílio. Estas informações podem ser analisadas a partir de 183 variáveis relacionadas com moradores e 135 referentes às suas moradias, o que possibilitará avanços no monitoramento de municípios críticos a desastres. Estudos sobre desastres têm mostrado que as características da população e de suas moradias podem contribuir para a maior ou menor exposição ao risco. Conhecer essas características e onde residem essas pessoas podem ajudar a diminuir a vulnerabilidade da população.
Para o sistema de monitoramento do Cemaden, essa base de dados contribuirá para a emissão de alertas mais detalhados, incluindo informações sobre a distribuição espacial da população mais vulnerável, como crianças e idosos, que demandam especial atenção na iminência de um desastre.
A base de dados e os documentos associados à sua elaboração estão disponíveis para a sociedade no site do IBGE: https://www.ibge.gov.br/geociencias-novoportal/organizacao-do-territorio/tipologias-do-territorio/21538-populacao-em-areas-de-risco-no-brasil.html?=&t=o-que-e
Informações sobre a metodologia desenvolvida na parceria estão detalhadas em artigo científico publicado recentemente em revista arbitrada da área de desastres naturais e disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2212420918300359
Conforme destacado, também, pela coordenadora do Acordo de Cooperação Técnica entre Cemaden-IBGE, “esse avanço só foi possível a partir do trabalho desenvolvido em conjunto por especialistas em desastres e em dados demográficos, associado com a disponibilidade de bases de dados de mapeamentos de áreas de risco desenvolvido por instituições como o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), evidenciando a necessidade de esforços interinstitucionais para a gestão de riscos de desastres no Brasil”.
(Fonte: Cemaden)
A região Sudeste concentrou o maior contingente populacional em áreas de risco, com um total de 4.266.301 moradores expostos e o maior número de municípios avaliados (308). Em segundo lugar, a região Nordeste concentrou 2.952.628 moradores expostos em áreas de risco em 294 municípios. Na região Sul, em 144 municípios foi estimado 703.368 moradores, enquanto nas regiões Norte e Centro-Oeste, em 107 e 19 municípios, 340.204 e 7.626 moradores, respectivamente, estavam expostos ao risco de desastres.
A distribuição da população por faixa etária evidenciou que 17,8% dos moradores expostos em áreas de risco eram crianças de até 5 anos e idosos. A metodologia também permitiu identificar que 26,1% dos moradores expostos viviam em domicílios com esgotamento sanitário inadequado.
“O levantamento da população em áreas de risco foi feita a partir de um arranjo interinstitucional, isto é, a partir da associação, de forma inédita, de informações do Censo Demográfico 2010 do IBGE às áreas de riscos monitoradas pelo Cemaden”, destacou Regina Alvalá, coordenadora do Acordo de Cooperação Técnica entre a parceria Cemaden e IBGE.
Desde dezembro de 2011, o Cemaden monitora e emite, quando necessário, alertas de risco de desastres para municípios com riscos de deslizamentos e/ou inundações, usando tecnologias de monitoramento e previsões hidro-meteorológicas e geodinâmicas. Paralelo ao esforço de monitoramento das condições ambientais, tornou-se premente conhecer a população moradora em áreas de risco, a fim de aprimorar os alertas. Entretanto, os dados disponíveis à época não permitiam a análise direta das condições de exposição da população em nível de detalhe.
Nesse contexto, uma metodologia inovadora foi desenvolvida, permitindo a produção de dados inéditos a partir da associação de dados geográficos de escala intraurbana do Censo demográfico de 2010, principalmente provenientes de faces de quadra, associados às áreas de risco. A metodologia foi desenvolvida para ser empregada com os dados do Censo 2020, permitindo estimativas periódicas da população em áreas de riscos.
Considerando-se que não era possível a associação direta e automática de dados censitários com as áreas de riscos (devido à incompatibilidade de geometrias), criou-se um novo recorte territorial, denominado Base Territorial Estatística de Áreas de Risco (BATER), capaz de agrupar informações das características dos moradores e moradias nas áreas de risco mapeadas no país. Com isso, puderam ser estimadas informações básicas sobre número de moradores e moradias em áreas de risco, incluindo moradores por gênero, faixa etária, rendimento, responsável do domicílio. Estas informações podem ser analisadas a partir de 183 variáveis relacionadas com moradores e 135 referentes às suas moradias, o que possibilitará avanços no monitoramento de municípios críticos a desastres. Estudos sobre desastres têm mostrado que as características da população e de suas moradias podem contribuir para a maior ou menor exposição ao risco. Conhecer essas características e onde residem essas pessoas podem ajudar a diminuir a vulnerabilidade da população.
Para o sistema de monitoramento do Cemaden, essa base de dados contribuirá para a emissão de alertas mais detalhados, incluindo informações sobre a distribuição espacial da população mais vulnerável, como crianças e idosos, que demandam especial atenção na iminência de um desastre.
A base de dados e os documentos associados à sua elaboração estão disponíveis para a sociedade no site do IBGE: https://www.ibge.gov.br/geociencias-novoportal/organizacao-do-territorio/tipologias-do-territorio/21538-populacao-em-areas-de-risco-no-brasil.html?=&t=o-que-e
Informações sobre a metodologia desenvolvida na parceria estão detalhadas em artigo científico publicado recentemente em revista arbitrada da área de desastres naturais e disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2212420918300359
Conforme destacado, também, pela coordenadora do Acordo de Cooperação Técnica entre Cemaden-IBGE, “esse avanço só foi possível a partir do trabalho desenvolvido em conjunto por especialistas em desastres e em dados demográficos, associado com a disponibilidade de bases de dados de mapeamentos de áreas de risco desenvolvido por instituições como o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), evidenciando a necessidade de esforços interinstitucionais para a gestão de riscos de desastres no Brasil”.
(Fonte: Cemaden)